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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Fernando Pessoa - O Autor e a sua obra

O Poeta...


Fernando Pessoa define-se como "um louco que sonha alto", "uma alma solitária" que, contudo se sente "múltiplo". Por isso, o poeta exteriorizou as diferentes vozes e pensamentos que, sem serem dele, passavam através dele, fazendo desta forma nascer os heterónimos.
A exegese do fenómeno heteronímico suscita sempre curiosidade, e a leitura da obra de Fernando Pessoa (ortónimo e heterónimo) deve ser vista como o resultado de um "diálogo interno" da luta entre diferentes forças que convergem na alma do poeta e que se presentificam em diferentes discursos.
As linguagens de Fernando Pessoa ortónimo e heterónimo refletem diferentes conceções de vida, diferentes filosofias e estéticas, diferentes visões do mundo e o poeta sente necessidade de dar a conhecer esses outros "eus" que nele habitam. Esse "drama em gente" resolve-se, então, na produção poética.
Consciente desse fenómeno, Pessoa afirma "Não sei quem sou, que alma tenho" (op.cit.), assistindo, muitas vezes, como um estranho a esta tendência para a despersonalização, para a criação de figuras/amigos, que eram para ele bem reais, ao ponto de lhes atribuir uma identidade completa.


É inegável que Fernando Pessoa marcou de forma indelével o panorama literário e cultural do século XX, tendo sido uma personalidade imprescindível para a criação do Modernismo em Portugal, quer pelo seu papel na Geração do Orpheu, quer pela forma como inscreveu na sua obra as novas tendências estéticas.


O legado cultural, literário e linguístico deixado por Pessoa, no qual a lírica tradicional e a estética modernista se misturam, é riquíssimo e de abrangência universal. O poeta é considerado um dos maiores vultos literários da Língua Portuguesa, e um dos mais importantes e originais da cultura europeia, estando a sua obra traduzida em várias línguas e sendo objeto de estudo em todo o mundo.

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